Olá! Seja bem vindo ao BLOG DA POETISA NEUSA.

Nesses últimos dias resolvi dar uma mexidinha no meu blog. Estava um pouco esquecido, devido ao trabalho e um pouco de preguiça.

Mas... Como não sou dada a essa coisa de preguiça, arregacei as mangas e mergulhei no blog. Fiz algumas alterações no layout e publiquei mais artigos.
Com relação as MINHAS POESIAS, pretendo reuni-las em um livro. Com noite de autógrafo, convites e tudo o mais... Sonhos de poetisa... Por isso não as publico aqui.
Criei também aí dentro do blog uma Página para MEUS CONTOS . Os contos são na verdade uma brincadeira minha. Servem para aguçar a mente dos leitores e me divertirem. Gosto de escrever aquilo que todos querem ler, sem hipocrisia... Importante salientar que nenhum conto reflete minha vida pessoal. Todos criados a partir da imaginação de alguém que adora criar, que adora inventar histórias.
Gosto mesmo de escrever artigos. Para ler, clique na Página MEUS ARTIGOS. Escrevi sobre alguns temas que suscita a curiosidade das pessoas, como por exemplo: TRAIÇÃO, PAIXÃO, SEDUÇÃO, AMOR VIRTUAL, LEITURA, POESIAS, CIÚMES, entre outros.
Sinta-se a vontade para ler, escrever, discutir comigo ou com outros leitores sobre qualquer assunto contido nesse Blog. Para ficar mais fácil, criei UM MURAL. Deixe marcado lá sua presença, com uma mensagem, um comentário ou um recadinho.
Um beijo especial em seu coração da POETISA NEUSA MONFARDINI.

CONTO NOVO!! SOBRE UM CASAL QUE SE CONHECEU NA NET E VIVERAM UM TÓRRIDO ROMANCE VIRTUAL. QUER SABER COMO TERMINOU ESSA HISTÓRIA? ENTÃO CLICA NO TÍTULO DO CONTO --->> "OI, QUER TC?"


MEUS CONTOS






Oi! Quer tc?



As brigas eram homéricas e a tristeza invadia aquele coração a cada dia mais. A casa estava sempre repleta pelos filhos, amigos dos filhos e aquele homem que insistia em ficar ali ao seu lado, mas ela sentia uma solidão que não cabia em seu peito.
Ele saía de casa apenas para o trabalho, voltava sempre à noite cansado e estressado. Mostrava-se sempre irritadiço e impaciente, principalmente com ela.  
Ela também voltava à noite cansada e também estressada, mas a jornada continuava. Precisava saber como as crianças haviam se saído no colégio. Se o feijão era suficiente para o jantar. Se a empregada havia terminado tudo o que lhe havia sido atribuído durante o dia e ainda precisava se inteirar do noticiário para que no outro dia tivesse sobre o que falar em seu trabalho.
Assim era o cotidiano de Suzana e de seu marido Alfredo.  Juntos há vinte anos, casados há dezesseis. Não havia mais novidade na relação deles. Alfredo era um sujeito grosso, nunca tinha uma palavra de incentivo ou carinho para ela. O único momento em que a tocava era entre os lençóis e sempre num intervalo de tempo de mais ou menos quinze dias.
Suzana trabalhava tanto que nem se importava com isso. Aliás, ela nem se importava com ela própria. Não tinha tempo para frivolidades do tipo manicura ou cabeleireiro. Claro que às vezes cortava os cabelos e até os tingia, mas Alfredo nem percebia.
Um dia em uma das discussões, Suzana citou essa falta de interesse nela pelo marido. Ele a olhou surpreso, e sem dizer uma palavra soltou uma gargalhada debochada.  Isso irritou e entristeceu profundamente Suzana que não entendia o motivo da gozação por parte do marido. Não satisfeito com o estado em que deixou sua esposa ele completou dizendo que nem que ela se pintasse de ouro mudaria sua aparência deplorável de mulher desleixada.
Suzana chorou por horas antes de dormir. “O que estava fazendo de sua vida?” “Por que ela não conseguia reagir?”.
Quando acordou no dia seguinte, tomou um rápido banho e penteou seus cabelos também de forma rápida. Já estava atrasada como sempre. Antes de sair olhou no espelho e viu realmente uma mulher de aparência sofrida e cansada. Percebeu que sequer um batom ela usava e que fazia muito tempo que não comprava uma roupa nova. “Seu marido devia realmente ter razão.” Concluiu tristemente antes de sair para mais um dia de trabalho.
Aquele dia marcaria para sempre sua vida.
No fim da noite, ligou o computador, acessou a Internet como sempre fazia para ler o noticiário do dia.
Em um dos sites que visitava, percebeu no canto da tela uma “pop-up”. Nessa “pop-up” um rapaz bonito dizia: “Oi”! “Meu nome é Fábio”. “Quero conhecer vc”.
Era o anúncio de um site de relacionamento ou de um chat, ela não sabia muito bem, pois nunca havia acessado uma página dessas.
Mas naquele dia mesmo cansada do dia de trabalho e entristecida pelos últimos acontecimentos estava sem sono. Sua casa dormia profundamente e ela decidiu acessar aquele site.  
Era um chat. Haviam salas descritas por temas. Ela percorreu toda a página, haviam títulos divididos entre temas religiosos, amizade, sexo e idade. Ela achou graça e ficou imaginando como seriam as conversas que aconteciam ali. Que tipo de pessoas entravam num chat? Decidiu entrar numa das salas. Escolheu a sala “amizade”. Evidente que ela sabia que ninguém haveria de fazer uma real amizade num mundo virtual, mas...
Precisava escolher um nick e numa total falta de criatividade ela usou “Suzana”. Entrou na sala e antes que ela pudesse ver a lista de usuários veio a primeira mensagem “Oi, quer tc”? Tc era teclar, isso ela já sabia, então responder “Oi, td bem?” Sabia que na internet tinha que abrir mão de seu  Português ilibado e adentrar no mundo “internetês” como já havia ensinado sua filha adolescente.
A conversa iniciou de forma totalmente descompromissada e ela foi se soltando com o passar do tempo.
O “KK_SP” disse que se chamava José Carlos e trabalhava no ramo de Informática, que era casado e estava sozinho em casa naquele dia, pois a esposa havia viajado e que estava se sentido solitário por isso acessou aquele site na intenção de conversar com alguém e dissipar a solidão e a tristeza que essa lhe trazia.
Suzana sabia exatamente o que era se sentir sozinha, aquele sentimento a perseguia dia e noite. Estava sempre sozinha mesmo com a casa repleta de gente.
A conversa recheada de amenidades seguiu até altas horas terminando apenas com a promessa de que continuaria no dia seguinte naquela mesma hora.
Suzana gostou daquele homem, ele havia perguntado como ela era fisicamente. Essa pergunta não a agradou muito, pois ela não tinha nada de interessante para descrever. Preferiu falar sobre algumas de suas qualidades como profissional, mãe e dona de casa.
No outro dia, Suzana acessou novamente aquele site, Zeca, como ele a permitiu que o chamasse, insistia em saber como ela era fisicamente. Novamente Suzana desconversou, mas decidiu por enviar uma fotografia dela para que ele a conhecesse afinal.
Para surpresa total dela, Zeca a elogiou. Falou da beleza de  sua boca e dos seus olhos. Ela sabia que a foto não privilegiava nenhuma de suas possíveis qualidades e que ele estava apenas sendo gentil com ela, mas gostou do elogio.
Ela também queria ver uma foto dele que enviou antes que ela tivesse efetivado o pedido.
Zeca era um homem de quase cinqüenta anos. Cabelos grisalhos e um lindo sorriso. Inteligente e sedutor. Esse último predicado a assustou um pouco Suzana que preferiu não pensar muito nisso.
Todos os dias as conversas se repetiam e a cada dia Suzana se sentia melhor. Ele queria mais, queria poder vê-la pela “webcam” e depois de cerca de dois meses de conversa ela resolveu abrir a cam para que ele pudesse conhecê-la. Mas, antes de abrir a cam, ela passou um batom nos lábios, e um rímel nos olhos. Não queria decepcioná-lo, afinal ele havia elogiado seus lábios e seus olhos.
Combinaram que abririam as câmeras ao mesmo tempo para que a surpresa fosse para ambos.
Suzana olhava para Zeca de forma tão tímida que ele pediu a ela que levantasse os olhos para que ele pudesse apreciar sua beleza. Ela corou, e riu timidamente para a câmera. Ele a elogiou tanto que ela ficou embaraçada e pediu para desligar a cam, ele percebendo o embaraço atendeu seu pedido fazendo com que ela prometesse que todos os dias ela ligaria a cam para ele.
Com o passar do tempo a timidez foi dando lugar a uma intimidade recíproca e ao final de cinco meses a conversa tomava proporções antes inimagináveis  por Suzana. Ele quis a ver de pé, de costas, etc. Dizia que assim ele a estava conhecendo melhor e ela gostava de ser apreciada por ele.
Um dia ele disse que estava sentindo algo diferente por ela. Disse que passava o dia pensando nela e que contava os minutos para que a noite chegasse e assim pudessem conversar. Ela bastante enternecida com a confissão dele disse que o sentimento era recíproco e eles ligaram a cam para que pudessem se olhar nos olhos.
Naquele dia ele pediu a ela que o deixasse vê-la um pouco mais. Ela não entendeu o que ele queria dizer e ele explicou através do microfone que gostaria de conhecer seu corpo.  Ela não viu maldade no pedido dele e decidiu fazer uma espécie de brincadeira, afinal já possuíam intimidade para isso.
Disse a ele que poderia escolher três partes do seu corpo para ver. Ele sorriu de forma maliciosa e disse sem pensar meia vez que a primeira parte que ele queria ver eram suas coxas. Ela sorriu e disse em tom jocoso que esperava outra coisa. Ambos riram e ela ficou de pé, colocou o pé sobre a mesa e subiu a saia até a altura do fim da coxa. Ele sorriu aprovando inteiramente o que via, ela se sentiu bem com aquilo. Para brincar com ele, Suzana passou a mão nas pernas começando pelo pé e terminando no fim da coxa. Ele conseguiu ver a cacinha dela quando comentou que naquele momento ela quase havia mostrado uma das partes que ele ainda pediria para ver. Ela riu, sentou-se novamente e perguntou se ele estava satisfeito. Rapidamente ele disse que ainda não e que gostaria de pedir para ver a segunda parte.
Ela fez uma carinha de timidez falsa e quis saber qual era a segunda parte. Ele disse no microfone que sonhava em ver seus seios desde a primeira vez que teclaram com a cam  e ela usava uma blusinha com um decote sensual.  Ela fingiu susto e com um charme que ela nem sabia que tinha se aproximou da cam e passou a língua nos lábios de forma muito provocante, colocou o dedo na boca e em seguida o levou até dentro de sua blusinha, acariciando o seio esquerdo. Fazia isso enquanto olhava fixamente para a cam. Percebeu a reação imediata em Zeca quer mordeu os lábios numa evidente excitação. Ela gostou daquilo e decidiu continuar. Abaixou de forma bem devagar a alça de sua blusa enquanto acariciava o próprio seio. Quando ele pediu desesperadamente para ela se livrar  daquela blusa, para que ele pudesse finalmente apreciar os seios dela, ela riu também muito excitada, desabotoou a blusa e deixou cair no chão, deixando seus seios totalmente a mostra. Os biquinhos totalmente enrijecidos fazia com que Zeca  do outro lado da cam se contorcesse na cadeira. Ela sem raciocinar percorria seu próprio corpo com as mãos como se fossem as dele. Com a voz lânguida Suzana disse que também gostaria de vê-lo melhor e ele obedeceu imediatamente, tirando a camisa e deixando a mostra o peitoral com pelos levemente grisalhos. Isso excitou ainda mais Suzana. Ela pediu para ver seu bumbum e ele obedeceu novamente. Ambos estavam enlouquecidos quando ele se virou de frente para a cam e  ela pode ver o quanto ele estava excitado.
Ela desceu lentamente a mão e a colocou entre as pernas. Sentiu o líquido proveniente da sua vontade, quis que ele visse. Levou os dedos úmidos e mostrou na cam, ele respirava com dificuldade no microfone, então ela levou os dedos encharcados à boca, chupando de forma sensual e provocante.
Aquele ato dela o deixou louco de desejo então ele implorou a ela que o deixasse vê-la tocando sua intimidade.  Ela consentiu imediatamente, estava com muita vontade de se mostrar...
Naquele momento Suzana ouviu um barulho que vinha do corredor, desligou rapidamente o computador  e vestiu as roupas. Correu para o banheiro, precisava molhar o rosto que estava em brasas.
Naquela noite quando Suzana deitou-se ao lado do marido, pensou no que havia feito com uma espécie de frustração. Não sabia se por ter “traído” seu marido, se é que isso seria traição, ou se pelo fato de que gostaria mesmo era de ter feito tudo isso de verdade, de forma real. Custou a pegar no sono. Pensava em como queria beijar Zeca de verdade. Em como queria que ele tocasse seus seios e suas coxas, em como gostaria que ele a penetrasse com aquele membro que ela havia visto apenas pela web cam.
E naquela confusão de sentidos adormeceu.
O tempo foi passando e uma espécie de namoro virtual surgiu mesmo entre ela e Zeca. No início Suzana achava que era uma forma de fugir da solidão e suprir parte de sua carência, mas depois percebeu que já não podia passar nem um dia sem teclar com Zeca, que estava ficando dependente daqueles momentos. Era uma espécie de vício. “Será que ela estava apaixonada por Zeca?” “Não!” “Isso seria algo impossível!” “Como se apaixonar por alguém virtual?”.
Zeca parecia muito encantado com Suzana, trocaram celulares e se falavam também pelo telefone todos os dias.
Um dia ele disse que já era o tempo de eles se conhecerem pessoalmente. Isso assustou profundamente Suzana que não conseguiu disfarçar, deixando Zeca profundamente triste. Ele disse que ela não confiava nele e que queria apenas brincar com seus sentimentos. Era evidente que não era isso, mas ela não havia pensado em se encontrar com ele pessoalmente. Pelo menos não havia pensado de forma concreta. Claro que ela gostaria de vê-lo, mas não podia esquecer de que era casada, que tinha filhos e que não conhecia de fato Zeca.
Suzana tinha uma amiga íntima, resolveu contar o que estava acontecendo para ela. A amiga ficou impressionada com a história de Suzana, riu de algumas partes e por fim a advertiu de que o mundo virtual trazia muitas armadilhas e que ela devia agir com mais cautela. A amiga contou a ela algumas histórias de namoro virtual que não terminaram bem, explicou  que os homens se escondem atrás dos monitores para fingirem ser o que na verdade não são. Disse também que havia lido uma matéria onde uma psicóloga dizia que muitos desses homens casados vão para a internet com a intenção de realizarem suas fantasias sem terem necessariamente que traírem suas esposas e que utilizam de todas as formas de sedução e com isso acabavam por ludibriarem mulheres carentes e casadas e que quando conseguiam sem intento, simplesmente deletavam essas mulheres e que em outros casos eles propunham um amor real, com encontros e sexo. Alguns exploravam essas mulheres, as extorquiam e tiravam delas tudo o que queriam, deixando-as no final em condições deploráveis.
Muito confusa Suzana decidiu não falar com Zeca no outro dia nem na Internet e nem no celular. Precisava pensar.
Zeca enviou inúmeras mensagens e e-mails. Em um dos e-mails se disse completamente apaixonado por ela e que precisava tê-la em seus braços nem que fosse uma única vez. Disse também que estava disposto a deixar tudo por ela e que queria que ela fizesse o mesmo.
Mais uns dois dias se passaram, os pensamentos de Suzana ferviam frente à insistência de Zeca.
Até que ela não resistiu e entrou na internet para falar com ele.
E ele estava lá, esperando por ela. A recebeu demonstrando felicidade e ao mesmo tempo dizendo-se condoído de saudades.
Disse que se ela não respondesse aos e-mails e aos telefonemas ele iria acabar procurando por ela em sua casa.
Suzana não acreditou que ele fosse capaz de tal asneira, mas se sentiu lisonjeada por tamanha demonstração de sandice por parte dele. Era uma forma de ele demonstrar a falta que ela fazia e o desejo que ele sentia por ela.
As conversas continuavam por vezes serenas, por outras carinhosas, com trocas de juras de amor e por outras tórridas, quentes e luxuriantes em frente às web câmeras.
Esses momentos em específicos causavam muito prazer a ambos, porém quando desligava o computador, Suzana sempre sentia um vazio. No outro dia estava lá novamente esperando o momento em que começariam a conversa. Esses momentos estavam se tornando um vício para ambos.
Isso preocupava Suzana, mas Zeca dizia que já que não podiam se amar na realidade, assim ao menos estavam satisfazendo, de certa forma, o desejo que sentiam um pelo outro.
Alguns dias se passaram e Zeca retornou ao assunto que ela tinha tanto medo. Ele queria conhecê-la pessoalmente.
Mais uma vez Suzana se esquivou, mas ele foi categórico: “Ou ela aceitava vê-lo pessoalmente, ou ele a deletaria para sempre”. Ele disse que não iria mais entrar na internet ou a procuraria até que ela se decidisse.
Ela não acreditou que ele fizesse isso, mas ele fez. Não ligava mais para ela e nem mandava e-mails ou respondia os dela.
Num dia depois de mais uma briga com o marido, Suzana mandou uma mensagem no celular de Zeca: “Marque o dia, o local e a hora. Estou pronta!”.
Imediatamente após receber a mensagem, Zeca telefonou para Suzana. A excitação era nítida na voz dele. A voz dela era trêmula, mas ele não estava se importando com isso, decidiu sozinho o local, a data e a forma como se encontrariam.
O encontro seria durante o dia para que ninguém percebesse.
Combinaram que se falariam por telefone, desde o momento da saída dele de sua casa para que ela se preparasse e o esperasse.
Quando o telefone tocou, ela reconheceu o número. Seu coração saltou. E agora? Não podia mais nem pensar nisso. Ele estava vindo! Ela ainda tinha algum tempo. Foi ao banho. Queria estar muito bem para ele. Tomou um banho demorado. Pensou na roupa que vestiria. Na verdade, pensou sobre isso a semana toda, mas havia optado por decidir na hora.  Espalhou as roupas sobre a cama. Havia comprado para esse encontro, três blusinhas e duas calças, além de langeries, sapatos e meias finas. As langeries deveriam ser escolhidas também com cuidado? Meu Deus! O que será que aconteceria? Afinal, ele veria suas langeries? Ela sabia que não era de bom tom, uma mulher ir para a cama com um homem no primeiro encontro. Mas, e porque não? Por que ela deveria esperar por outro encontro que de repente nem aconteceria? Quem determinou o que era ou não de bom tom quando o assunto era desejo, paixão e oportunidade? Em meio a esses pensamentos, lembrava sempre de que ele era sério demais e que havia deixado bem claro para ela que queria apenas amizade, que jamais teria “um caso” com ela e isso a deixava mais tranqüila. Afinal, não teria que decidir sobre isso e nem se preocupar com a escolha das langeries.
Passou um creme pelo corpo, perfumou-se, maquiagem pronta. Telefone tocou, ele estava bem próximo. Ela tremia. Trocou a blusinha clara com um decote generoso por outra de cor escura, de botõezinhos, sóbria e sem decote nenhum. Ele certamente haveria de preferir essa.
Novamente o telefone! Ele estava esperando por ela. Ela se sentiu tão feliz que não podia disfarçar, por sorte estava sozinha, pois todos perceberiam.
De longe ela o avistou! Ele era lindo! Exatamente como ela imaginava! Um homem maduro e simpático. Vestia camisa azul, a cor preferida dela. Ela ficou um tempo observando-o ele não a reconheceu. Ela teve vontade de voltar para casa sem que ele a visse, pois se ele não a havia reconhecido, poderia significar que ele esperava alguém com uma aparência muito melhor que a dela. Pensamentos tumultuados, e a decisão de sorrir para ele, ele haveria de reconhecer ao menos seu sorriso. Se ela fosse embora, estaria fugindo e nunca haveria de saber o que realmente aconteceria. E ela não era covarde.
Ele a viu, sorriu para ela. O abraço caloroso prometido não pôde acontecer, pois estavam num local muito próximo a casa dela e alguém poderia ver. Portanto cumprimentarem-se com um beijinho no rosto como era realmente o mais correto a fazer.
Ele abriu a porta do carro para ela. Ela achou o gesto lindo!
Ela estava feliz por estar com ele. Mas estava muito encabulada. Queria saber o que ele estava pensando. Queria saber se ele havia gostado dela. Ele estava sendo extremamente simpático, como já era de se esperar de um homem como ele. Mas isso não era de forma alguma, suficiente. Ele não dava nenhuma pista do que havia achado dela. E ela ensaiava várias frases para dizer, mas não conseguia, tinha medo que suas frases saíssem de forma desconexas ou dissesse algo que se arrependesse depois. Uma frase mal dita poderia estragar tudo o que estava construindo até ali. Preferiu falar menos. Queria ouvir ele. Ele olhava para ela. E ela adorava aqueles olhares dele, mas não queria que ele lesse seus olhos, não queria que ele soubesse que ela tinha uma vontade imensa de tocar ele, de sentir seu toque, de sentir seu cheiro, de poder sentir o hálito dele e sua respiração ofegante em seu ouvido. Ela sabia desde quando o viu na praça, esperando por ela, que o queria. Mas e se ele não a quisesse? Ele diria? Não, certamente não diria. Talvez por ser homem, a retribuísse, mas ela não queria assim. Queria na verdade que ele tomasse a rédea da situação. Queria que ele a levasse para algum lugar onde eles ficariam sozinhos e pudessem finalmente apaziguar todos os desejos que ela estava sentindo e que ela queria muito que ele também sentisse.
Num determinado ponto ele disse de chofre: “Vamos a um motel?” Ela riu, e disse: “ Não!” Ele riu também e reformulou a pergunta: “Você não quer ir?” Ela repetiu: “Não!”. Ele riu novamente. E ela entendeu que era uma brincadeira dele, mas entendeu também que ele a estava testando. Queria conhecê-la. Saber do que ela era capaz. Realmente ela não queria mesmo. Haviam acabado de se conhecer, não tinha intimidade real para isso. Ela queria ficar com ele em um lugar mais sossegado, mas naquele momento um motel não seria o mais acertado.
Seus pensamentos giravam descontroladamente. Meu Deus! O que aquele homem estaria pensando, afinal? Ele realmente queria que ela fosse com ele ao motel? Ou ele esperava que ela dissesse exatamente o que ela disse?
Que sorriso lindo! Isso ela conseguiu dizer a ele. Ele retribuiu dizendo que o dela também era bonito. E ela quis acreditar que ele não estava apenas sendo simpático. Acreditou nele.
Rodaram por horas, pela cidade, entre os carros barulhentos e a vontade de pararem para descansar e conversar.
Ele às vezes olhava para ela, com um sorriso enigmático, e ela morria de vergonha. Mas estava com muita vontade de  olhar para ele, olhar nos olhos dele, beijar ele. Ah! Como ela queria beijá-lo.
Pararam finalmente!
Entraram num barzinho, havia pouca gente lá. Já estavam longe da casa dela e ela estava aliviada por isso.
Escolheram uma mesa bem ao fundo do bar. Ele colocou a cadeira dele bem próxima a dela e começou a falar bem próximo a sua boca. Ela podia sentir o hálito dele, podia sentir também o perfume dele.
Num dado momento, sem dizer nada, ele a beijou. O mundo parecia parar naquele momento. As lágrimas saltavam aos olhos dela. Ela chorava de emoção. Ela sonhou muito com aquele beijo. Ele a abraçou e sorriu, limpando suavemente as lágrimas dela com o dedo indicador, depois beijou os olhos dela como se quisesse apaziguar aquele sentimento estranho quem invadia a alma dela.
Segurou na mão dela e a levou diretamente para um motel. Ela não tinha força para dizer que não queria ir e que não era de bom tom a mulher ir para um motel no primeiro encontro, até porque ela queria ir sim. Ela queria muito e era melhor mesmo não pensar nesses protocolos.  Definitivamente essa não era uma boa hora pra isso.
Quando chegaram lá, ela percebeu como aquele lugar era lindo. Depois se lembrou que nunca havia ido a um motel antes.
Os pensamentos dela foram interrompidos por beijos ternos, em principio na face, nas mãos, abraços carinhosos e substituídos logo em seguida por beijos sôfregos.
Zeca deitou Suzana naquela cama redonda e colocou seu corpo sobre o dela  que adorou aquele peso.
Começou a beijar sua boca com paixão, desceu a boca para o pescoço dela  enquanto abria a blusinha que ela vestia e segurou suavemente os seios que ele adorava ver pela web cam.
Ela sentiu tanto prazer que se livrou rapidamente da blusa que vestia e a timidez deu lugar a luxúria.
Virou-se e deitou-se sobre ele. Olhou nos olhos dele e lambeu sua boca de forma lasciva. Ele adorou aquilo, mas permaneceu parado esperando que ela terminasse aquela procura que ela iniciava no corpo dele.
Com a língua ela passou a fazer o reconhecimento daquele corpo. Tirou a camisa e mordiscou o peito dele, depois desceu pela barriga sem retirar a língua, queria sentir o gosto de cada parte. Com as mãos ela arrancou com uma violência quase doce, a calça dele e a cueca boxer de cor branca.
Ele estava muito excitado. Ela pode ver naquele momento o quanto que ele a estava desejando. Ela tocou aquele membro enrijecido e colocou-o em sua boca. Precisava sentir o gosto daquele homem. Levantou a cabeça por um momento e olhou o rosto transfigurado dele. Isso a excitou demais!
De repente ele se virou e agarrou-a, queria ter novamente as rédeas da situação. Era a vez de ele conhecer o gosto de cada pedacinho dela. E ele fez o mesmo caminho que ela. Iniciou na boca e desceu parando estrategicamente em seus seios. Sugou com força aqueles mamilos retesados, mordiscando os biquinhos. Ela soltava gritinhos de prazer. E ele adorava aquilo. Abriu levemente suas pernas e pousou delicadamente sua cabeça em meio a elas.
Suzana achou que poderia morrer naquele momento. Retorcia-se de prazer. Gemia a principio e urrava logo a seguir, gemendo e se retorcendo.
Ela implorou para que ele a penetrasse e ele obedeceu imediatamente. E isso aconteceu de todas as formas possíveis e imagináveis por três horas seguidas.
Depois disso, prostraram seus corpos cansados naquela cama imensa e ficaram se olhando através do espelho que havia por todas as partes daquele quarto.
Tudo aquilo que havia acontecido ali era bom demais!
Seus corpos haviam se fundido de forma perfeita. Os gestos eram  uniformes e precisos. Tiveram, ambos, a sensação de que haviam nascidos um para o outro.  Conversaram muito sobre isso, mas o momento de irem embora havia chegado e ela chorou por saber que precisavam se separar. Ele a acarinhou e disse que isso não era o fim e sim o começo.
Quando ela chegou em casa, recebeu a mensagem dizendo que ela o havia feito muito feliz naquele dia.
Suzana estava em estado de graça até o momento em que  seu marido chegou. Ela não disse nada, nem retrucou as provocações dele.
Alguns dias depois Suzana pediu o divórcio. O marido não acreditou que ela pudesse levar isso até o fim, mas foi surpreendido pela coragem e determinação dela.
Zeca também ficou surpreso com a atitude dela, e disse que não estava preparado para isso, pois tinha filhos pequenos que precisavam dele.
Quando ela disse que havia feito isso por sua causa, ele disse de forma mais honesta possível que não havia pedido.
Suzana chorou muito, por muitos dias, mas percebeu que havia feito a coisa certa. Não amava seu marido, nem amizade ou respeito sentia por ele.
Foi trabalhar ainda mais, pois agora precisava cuidar sozinha da casa e dos filhos, já que seu agora ex-marido mudou-se para outro Estado e não se mostrou muito interessado na forma como ela resolveria as coisas dali pra frente. Ela também  preferiu assim.
Um dia Zeca disse a ela que iria viajar em uma nova lua de mel com sua esposa, pois entendia que o casamento deles estava monótono e que precisavam de um recomeço. Suzana chorou em frente ao computador, pois ela havia recomeçado em boa parte por causa dele. E ele não estava tendo nenhum respeito para com o sentimento dela.
Suzana ainda tentou dizer alguma coisa, mas Zeca a interrompeu dizendo que amores virtuais terminam quando os computadores são formatados e ele precisava formatar o seu. Despediu-se dela apenas com um “xau” e um “bjo”.
Ela não podia acreditar no que havia acabado de acontecer, porém não ia chorar mais porque tudo na vida tem um motivo de ser. E ela havia sido feliz por um tempo com o Zeca, assim como também havia sido feliz com seu marido.
Mudou todo seu guarda roupa, o corte do cabelo e passou a se amar mais.
Algum tempo depois conheceu Leo. Entenderam-se perfeitamente e se apaixonaram perdidamente. Mas Suzana optou por não se casar nem morar junto com Leo. Queria ser feliz e estava sendo e ainda tinha uma boa história para contar.





 
BOM DE CAMA


Sabino era literalmente um sonho de pessoa. Tudo o que acontecia em sua vida, pensava ser resultado de algum sonho realizado, adorava sonhar, porém, mais do que sonhar, ele gostava mesmo era de dormir.
Um certo dia conheceu uma bela garota de pernas torneadas e quadril bem feito, e pensou logo que um dos seus sonhos estava preste a se realizar.
Começou a namorar e logo a moça percebeu o seu maior defeito; o sono.
Joana queria ficar a sós com o já então noivo, até mais tarde para trocarem segredos e é claro carinho, que não necessitava de platéia.
Mas Sabino dizia que era melhor pararem e cada um ir para suas respectivas camas dormirem, Joana então pensava que aquele rapaz realmente a respeitava e não queria fazer nada antes da hora. A moça vivia gabando-se disso. Não tardou e o casamento aconteceu.
Joana até então se guardava invicta para que a entrega mágica acontecesse naquela noite tão especial da lua de mel. Tinha comprado baby doll preto, curtíssimo, meia liga e tudo o mais, perfumou atrás das orelhas e nos pulsos e sentiu-se a mais bela das princesas no colo do seu príncipe. 
Então estavam lá, Joana e Sabino, naquela cama macia, cheirosíssima. Sabino olhou para aquela mulher e a despiu com os olhos e com as mãos, os beijos eram ardorosíssimos, seus corpos se fundiram num a cama se tornou pequena para a amplidão dos desejos contidos por sôfregos tempos de namoro, naquele momento Sabino esqueceu de dormir, queria ficar acordado, para saborear aquele sonho tão real, tão bom, tão excitante, tão sublime... Pensou finalmente que valera a espera.
Tão logo seus corpos cansados se jogaram naquela cama agora desarrumada, Sabino pegou num sono profundo.
Agora eram casados. Sabino era homem de respeito e Joana mulher compenetrada e responsável com os afazeres domésticos.
À noite a jovem senhora, cansada de suas tarefas do dia, queria se divertir um pouco, e como não tinham dinheiro para isso, só restava os prazeres do sexo, a vadiagem conjugal. Durante o dia uma santa senhora, a noite uma fêmea no cio. Sabino se assustava com as taras da esposa, mas, ela lhe explicava que quem não tinha uma fantasia sexual, não era normal deveria ter algum distúrbio, algum trauma de infância. Ele não entendia nada do que ela falava, mas também não se animava para procurar saber, durante o dia trabalhava e a noite estava muito cansado para pensar nestes assuntos, precisava dormir para repor as idéias que se desgastavam com o trabalho duro diante do seu “PC 486”, e a mulher vinha com esse papo de fazer sexo, ele não precisava de sexo, precisava dormir.
Com o tempo aquilo se tornou ainda mais desastrosos, ela tentava dizer a ele que fazendo sexo, estavam consumando o amor dos dois naquela troca infinita de amor e prazer e ele por vezes se deixava vencer pelo cansaço.
Não que ele se sofresse de alguma franqueza genesíaca, ele só era assim meio cansado para estes assuntos, preferia que o sexo fosse feito durante o dia para que a noite pudesse dormir sossegado.
Joana começou a se cansar daquilo, pois não tinham tempo pra nada, nem mesmo conversavam, pois Sabino voltava para casa à noite logicamente muito cansado, faziam as refeições frente a TV. E tão logo depois Sabino dormia profundamente, mais do que o ronco do marido que mais a incomodava era o sono dele. 
Ela estava se sentindo esquecida, mal amada, ou não amada mesmo, quando o interpelava sobre a relação ele dizia que estava tudo bem, ela queria discutir a relação, ele dizia que estava tudo bem, achava aquilo desnecessário, estava tudo muito normal.
Quando ela resolveu pedir a separação, ele se indignou, disse que a amava e deu a discussão por encerrada, virou para o lado e dormiu.
Ela não entendeu nada e pensou por várias horas no que estava acontecendo com eles. Será que ele tinha outra? Ouvira por várias vezes histórias de maridos, que quando arrumavam uma teúda e manteúda, se afastavam de suas mulheres, não as procurava na cama, e nem conversavam com ela. Pensou por muito tempo nessa hipótese, mas, por fim deduziu que o marido era muito incompetente para isso, se fizesse traria escrito na testa.
Pensou também em doença, seria uma doença que o faria dormir tanto? Não, ele sempre fora assim. Seu maior rival e inimigo era mesmo o sono do esposo.
Ela também gostava de dormir, mas na medida certa, achava que tinham coisas mais importantes para fazer.
O tempo passava, mas, o problema dela não, Sabino era um bom marido, bom pai, por vezes até a ajudava nos serviços domésticos, mas aquele ditado que diz que “fulano é bom de cama”, se ajustava perfeitamente ao marido, “Ele deitava e dormia muito bem a noite toda...”.
Um dia Joana saiu de casa para fazer algumas compras, percebeu que um homem mais velho a olhava, se sentiu inibida e até corou. Na adolescência havia sido muito paquerada, mas, agora era casada e já nem se lembrava de como se saia daquele desconforto.
Chegou em casa e sem querer se pegou pensando no homem. Ele era bem mais velho que ela, tinha cabelos grisalhos e um olhar sedutor, a experiência dele estava estampada em sua forma de olhar para ela. Joana se sentia muito atraída por homens mais velhos e aquele tinha algo especial.
As compras se repetiram e a paquera também que agora já era recíproca, sem querer estava se deixando envolver por aqueles galanteios, vindo daquele homem.
Até que lutou muito para se afastar daqueles sentimentos estranhos que a fazia rebelar contra o mundo.
Tentou se afugentar daquele desejo por algo novo nos braços do marido, mas, ele estava dormindo, não poderia conversar com ele sobre o assunto, porque ele não tinha o hábito de raciocinar e faria besteira.
De uma coisa Joana tinha certeza, amava Sabino, mas a vida estava se tornando insuportável, maçante, chata e ela estava viva, precisava viver com intensidade sua juventude.
Joana se sentia carente, e mesmo sem querer e sem perceber caia nos braços de Gabriel, seu anjo salvador.
Encontravam-se sempre, os encontros de amor eram cheios de momentos tórridos do mais puro ápice sexual.
Não conversavam muito, mas isso não tinha importância, pois seus corpos se encontravam e se entrelaçavam sem a necessidade de nenhuma palavra.
Gabriel a fazia sentir-se mulher, fêmea, gostosa, desejada. Ela era sensualidade e lascívia por todos os poros. Trocou as lingeries comportadas por peças minúsculas e de cores quentes. Gabriel delirava quando ela usava um conjuntinho vermelho e transparente na frente que ela comprara para as tardes de sextas-feiras. Existia um modelinho pra cada dia da semana. E ela fazia o que podia para agradá-lo naquela hora.
Entendiam-se perfeitamente em todos os sentidos, fazendo amor na cama ou na lama, o prazer era o mesmo: extravagante, louco, intenso e infinito.
Depois do relax, Joana sempre voltava para Sabino, seu exemplo de marido, o exemplo de homem amante, Joana complementava com Gabriel.
No começo Sabino estranhou as faltas de investidas noturnas da mulher, mas, com o tempo acostumou-se e até achou melhor, pois podia dormir sossegado.
Joana costumava dizer em pensamento que Sabino dormia até quando estava acordado.
E assim se tornaram um casal modelo, tinham tudo o que mais gostavam e foram felizes para sempre...

Neusa Monfardini

 

Luciano e Marina já estavam casados havia cinco anos. Amavam-se muito, ou já estavam acostumados um com o outro, isso depois desses cinco anos não importava muito, pois para Marina o mais importante era manter o casamento a qualquer custo e nisso ela se esforçava mesmo.
Luciano trabalhava em uma fábrica de sapatos e Marina era manicure nas sextas-feiras e sábados, no salão de beleza de uma amiga sua, então no lado financeiro a vida do casal transcorria normalmente.
E nesse ritmo a monotonia tomava cada vez mais esse casal. Quando Luciano chegava à noite, a casa estava impecavelmente limpa, o jantar pronto e a mesa posta, - o cardápio da semana era preparado aos domingos pela esposa com aprovação do marido, - a toalha e o roupão de Luciano já estavam no banheiro, o chuveiro previamente regulado para a estação do ano e a temperatura do dia. Marina que era, de fato, um modelo de esposa, sempre esperava o marido com um sorriso nos lábios, cabelos impecavelmente penteados, roupa totalmente alinhada, sapatos combinando e no rosto uma maquiagem perfeita, um pingo do perfume nos pulsos e atrás das orelhas.
Faziam as refeições na sala de jantar, tomavam um café e passavam para a sala de televisão. Num horário já pré-determinado Luciano escovava os dentes e ia para o quarto, Marina ia para o banheiro, trocava a roupa alinhada por uma camisola comprida de algodão e a maquiagem perfeita por um creme de cor estranha, fazia nos cabelos uma trança e colocava nos pés uma meinha combinando com a cor da camisola de algodão. (Marina possuía várias camisolas de cores diferentes e modelos idênticos).
O casal apagava as luzes, se deitavam em sua cama e dormiam imediatamente, a cada dois dias religiosamente essa rotina do quarto era quebrada, pois Marina apagava as luzes e cumpria seus deveres carnais de esposa. Nesses dias, logo após, Luciano dormia e Marina pensava em como sua vida era perfeita, e ela era responsável por toda essa perfeição. Luciano não tinha motivos para reclamar, ela adivinhava seus pensamentos, estava sempre linda para recebê-lo, jamais discordava dele, ou o contrariava, então, estava certa de que o casamento duraria eternamente, e ela vivia mesmo em função disto.
E tudo transcorria normalmente, até que chegou aquela quinta-feira.
O dia amanheceu com a promessa de muito sol, Luciano acordou cedo, tomou seu desjejum, beijou os lábios de Marina e foi trabalhar, ela, tão logo viu seu marido sumir no portão fechado, correu para dentro de casa e começou a fazer a faxina habitual das quintas feiras, já que no dia seguinte teria que trabalhar no salão de beleza da sua amiga.
Marina, como sempre fazia, tirou todos os móveis do lugar, as panelas dos armários, as roupas dos cabides e a casa estava de “ponta cabeça”, mas ela em pouco tempo colocaria ordem àquela bagunça toda e no final a casa brilharia como ouro e ela teria ainda toda a tarde para fazer o que bem entendesse.
Luciano trabalhava normalmente, quando o funcionário do departamento de pessoal lhe pediu que entregasse um documento que já havia sido pedido há uma semana, e quando Luciano percebeu que tinha esquecido em casa novamente, decidiu que iria buscar.
Luciano se dirigia para a sua casa, quando um sentimento estranho lhe apertou o coração, estava com um pressentimento de que alguma coisa mudaria na sua vida naquele dia, ainda pensando naquele pressentimento, se lembrou de sua mulher, se parecia com uma atriz de televisão, impecável, cheirosa. O que poderia mudar? Tentando afastar aquela sensação diferente, percebeu que acabava de chegar em casa.
Do portão tudo parecia normal, antes de chegar à porta, aquela sensação lhe afligiu novamente o peito. O que teria dentro de sua casa? Toda sua vida lhe passou pela cabeça.
Em todos esse anos de casados, nunca havia chegado em casa cedo, e nem depois do horário, nunca havia visto sua mulher desarrumada, ou cheirando a alho, nem mesmo seu rosto sem maquiagem, sabia que ela fazia tudo para agradá-lo e jamais o trairia. “É claro que jamais o trairia!”. Ela era perfeita, parecia-se com uma boneca bárbie”. E essa última conclusão o desapontou um pouco, pois ele conseguiu concluir tristemente que não sabia o que realmente sentia por ela, acostumou-se a ver aquela mulher arrumadinha, sem nenhuma novidade, havia vezes em que ele sequer olhava para ela, não precisava, nunca havia de ter uma novidade nela. Bem... não poderia mais adiar, atravessou o quintal e chegou à porta, o que houvesse lá veria agora.
Abriu a porta devagar, e se assustou, pois a sala estava toda desarrumada, e Marina? Onde estaria Marina? Entrou e ouviu um barulho de água que vinha do banheiro, andou até lá, a porta estava fechada, seu coração começou a bater descompassado e um frio lhe percorreu a espinha. Por que seria? Não sabia. Abriu a porta. Que surpresa! Quem era aquela mulher?
A mulher era Marina. Mas como estava diferente!!!
Marina estava acabando de levar o banheiro. Havia água por todos os lados, ela não usava o habitual traje de boneca. Usava uma camiseta branca, molhada e por isso transparente, um short de lycra bem curto, - uma boa parte da região carnuda das nádegas dela estavam de fora – os pés descalços, no rosto nenhuma maquiagem ou máscara facial, seus cabelos que já haviam estado presos por um “bico de pato”, agora estavam meio soltos, meio presos, fios soltos cobriam parte do seu rosto assustado, com a invasão daquele rosto impressionado e parado a porta. Ela não sabia o que fazer, mas a cabeça dele fervilhou. Como ele nunca havia visto aquele “monumento”? Uma mulher de verdade, sensualíssima! Que pernas! E os pés?! Que pés! Ele podia ver por debaixo da transparência da camiseta molhada aquela protuberância feminina que ele, absurdamente, nunca tinha visto. E aquela vontade louca de tocá-los o tomou violentamente, os lábios sem nenhum pigmento artificial, pareciam moranguinhos silvestres prontos a serem colhidos e devorados. E Luciano não pensou mais.
Entrou no banheiro, agarrou Marina, deitou-a no chão molhado e a beijou como nunca havia beijado e ela que a princípio não entendeu bem o que acontecia, passou a retribuir o beijo, ardorosa e desenfreadamente, Luciano arrancou as roupas encharcadas de Marina, enquanto ela tirava as dele, livres do incômodo das vestes, rolaram pelas águas, Luciano beijou cada milímetro do corpo róseo de sua mulher enquanto ela soltava gemidos de prazer, um prazer até agora desconhecido e apenas suposto.
Amaram-se como nunca, como se fosse a primeira vez, como amantes furtivos. Marina sentiu-se nas nuvens, entre pássaros, contando estrelas, sentiu-se desejada, verdadeiramente mulher e Luciano percebe-se homem no sentido mais bíblico da palavra. Com uma fúria cega e desconhecida se amaram até prostrarem-se sem forças, naquela água fria, contrastando com a ardência dos corpos, cheios de volúpia. E toda essa experiência maravilhosa se repetiu muitas vezes naquela tarde, e todos os outros dias que surgiram.
Marina percebeu que não precisava seguir nenhum ritual preciso, não precisava mais usar métodos artificiais para segurar seu casamento, bastava apenas ser ela mesma e deixar aflorar mais e mais a mulher enrustida dentro dela. Luciano passou a adorá-la e amá-la extasiadamente sempre que seus corpos pedissem, sem hora, local ou sem dia marcado.
E aquele casal se tornou realmente feliz... 


Neusa Monfardini

A esposa que queria amar...

Todos sos dias, Amélia acompanhava Henrique até o portão e o beijava de leve nos lábios, logo em seguida o marido seguia rumo ao trabalho e a mulher voltava a dormir.
Essa rotina já acontecia pra mais de sete anos e às vezes Amélia sentia vontade de que alguma coisa de novo acontecesse. Que Henrique tropeçasse pelo menos.
Certa vez, seguiu o marido ao portão e voltou pra cama, ao invés de dormir como sempre fazia, pensou em arranjar um plano para acabar com aquela monotonia, rolou na cama em busca de um plano mirabolante por umas três horas, seu corpo já doía, quando uma idéia maluca atropelou seus pensamentos: “E se ela tentasse o suicídio?” – não; benzeu-se e mudou de idéia rapidamente. “Deus me livre! De repente poderia morrer mesmo!”. Não, isso não daria certo, rolou novamente e outra idéia surgiu. “E se ela arranjasse um amante, ou melhor, ainda, se ele arranjasse uma amante? Ele era muito devagar, e como ela o convenceria disso? Deduziu por fim que ela deveria arranjar a tal amante, e era isso que faria, levantou-se e enquanto se concentrava nos afazeres domésticos, tentava pensar em alguém que serviria de isca para a mudança que aconteceria em seu casamento, por fim lembrou-se da Renatinha, uma prima sua de segundo grau, ela era do tipo “mignon”, seios fartos, nádegas avantajadas, cintura fina, coxas grossas. Para ela a prima parecia-se com uma tanajura, mas, enfim, sabia que era uma mulher assim que os homens desejavam, e o Henrique não haveria de ser diferente. Terminou os afazeres domésticos e foi para a casa da prima.
Renatinha a recebeu com um largo sorriso vermelho, que já lhe era peculiar, conversaram bastante, até que Amélia contou a Renatinha suas intenções. A prima fingiu indignação, mas, concordou justificando que faria isso para ajudar Amélia e também porque adorava uma aventura. Combinaram tudo e despediram-se.
À noite quando Henrique chegou, Amélia disse a ele que teriam que hospedar em sua casa, sua prima, pois, a coitadinha havia ido morar com um namorado, não dera certo e agora ela estava na rua da amargura como dizem por ai, a casa não possuía quarto de hóspede, por isso conversaram sobre esse assunto e decidiram que Renatinha ficaria na sala mesmo, Amélia disse ao marido que a prima estava muito fragilizada, por isso ele não deveria implicar com as roupas que ela por ventura usasse, ela era assim muito desligada nesses assuntos de roupas. Se ele a visse de roupas íntimas, que não a repreendesse. Assim, Amélia achava ter plantado uma ponta de interesse por algo novo na cabeça do marido.
Dias depois, Renatinha mudou-se para a casa dos primos.
No começo era comportada, parecia tímida, era simpática e gentil, depois, a gentileza era para Henrique, Amélia fingia não ver e tudo o mais corria normalmente.
Uma noite o casal já havia se recolhido e Renatinha já estava sozinha na sala. No jantar Amélia colocou intencionalmente muito sal na sopa do marido, então, quando estavam no quarto ele continuava sentindo sede, apesar de já ter tomado um balde de água, hiperbolicamente falando, ele disse à esposa que iria a cozinha e ela fingiu não ouvir, pois, dormia.
Quando passou pela sala, arriscou uma olhada onde Renatinha dormia, qual não foi sua surpresa quando via a moça dormindo somente de calcinha, sem soutien e em pose hiper sensual. Suas pernas amoleceram e ele sentiu um arrepio em toda a sua parte pubiana. Pensou várias coisas e por fim decidiu não fazer barulho para não acordar a pobre e fragilizada moça.
Chegou no quarto e deitou-se rapidamente com a respiração muito ofegante.
Nas noites que sucederam, ele sempre sentia sede a noite e a cena se repetia, apesar de ele apenas contentar-se em olhar.
Até um dia em que Rique, como a esposa o chamava, levantou-se à noite e quando parou para observar a cena, percebeu que a moça abriu os olhos, ele se sentiu muito sem jeito, fez menção de andar, porém, Renatinha levantou-se e andou de encontro a ele, perguntou se ele gostava do que via, ele não sabia nem o que dizer, ela enroscou-se toda no seu corpo como se fosse uma gata no cio, beijou-lhe de leve o pescoço e mordiscou seus lóbulos, percorreu com as mãos o caminho quase virgem do corpo do primo, que se arrepiou todo. Ela, com uma violência quase doce, fez com que ele deitasse e jogou seu corpo sobre o dele, fizeram sumir rapidamente a roupa que ainda separavam os seus corpos, já que em cada um deles existia apenas uma peça, amaram-se entre gritinhos e sussurros descuidados, quase por todo o resto da noite. Quando já quase amanhecia, ele voltou para o quarto, arrumou-se e foi trabalhar com olheiras absurdamente enormes.
Na primeira hora da manhã, durante o café, Renatinha contou para Amélia tudo o que acontecera na noite anterior em milímetros pormenores. Amélia sentiu-se vitoriosa na sua investida.
Quando o marido chegou à noite, ela o cobriu de carinhosos e ardentes beijos e quando chegaram ao quarto, ela colocou a camisola preta, a preferida dele, usou o perfume também de sua preferência e o amou com a loucura de uma loba furiosa.
Henrique mesmo sem entender nada, adorou aquilo tudo, afinal amava sua esposa, e arrependeu-se da aventura com Renatinha, no entanto, aquela noite maravilhosa com a esposa, não voltou a se repetir e com o passar dos dias, acordou no meio da noite e foi amar a prima que não usava soutien e muito menos deixava para amanhã, e novamente a noite seguinte se realizava com a esposa, e ele achou aquilo estranho, pois, novamente, depois do arrependimento da traição, sua mulher voltou a assimilar-se a um freezer. Mais estranho ainda foi outra noite de prazer com a prima, a outra noite de não menos prazer foi com a esposa, deduziu que sua mulher só se interessava por ele se a noite anterior ele passasse com Renatinha, desconfiou que Amélia sabia de suas escorregadelas com Renatinha, aí é que não entendeu mais nada.
Pensou durante vários dias sobre estes acontecimentos e resolveu por fim conversar com Amélia. No princípio Amélia negou, mas depois resolveu assumir, disse que fez isto para colocar um pouco de tempero no casamento deles. Rique ficou muito chocado e perguntou se ela o amava, ela imediatamente disse que sim, ele então a abraçou e prometeu jamais traí-la novamente, ela olhou para ele assustada e perguntou se ele não achava Renatinha bonita e gostosa, ele a olhou com perplexidade e com toda a sinceridade de sua alma, disse baixando a cabeça, que sim e aí ela o abraçou com carinho e disse que eles não deveriam se privar das coisas boas da vida, e que gostaria que a prima continuasse a morar na casa deles, ele a estas alturas achava que não conhecia mais a mulher, disse por fim que queria pensar um pouco sobre esta proposta, saiu de casa e voltou muito tempo depois com a resposta para a esposa, quando chegou viu uma cena que para ele pareceu deveras chocante.Renatinha num sofá nua em pelo e em outro sofá Amélia também nua em pelo, ambas em pose sensual e dúbia, ele não sabia distinguir se aconteceria ali uma coisa totalmente promíscua, se elas o estavam esperando ou se pior, já havia acontecido, este predicado da esposa ele não conhecia, ficou tão chocado que entrou no banheiro, entornou sobre seu próprio corpo um vidro todo de álcool e ateou fogo. 
Neusa Monfardini


SEDUZIR-TE


Há quanto tempo Ana andava procurando emprego, já estava desiludida quando aquele anúncio no jornal devolveu o ânimo a seu coração. Poderia sim ser a secretária daquela multinacional. Preenchia todos os pré-requisitos, tinha boa aparência e muita vontade de aprender.
De fato, foi contratada.
Primeiro dia no trabalho é sempre bem complicado, a roupa tinha que ser impecável, sóbria e ao mesmo tempo sexy, já que um dos requisitos era boa aparência, tinha que parecer bonita, interessante, sem deixar; é claro; de ser competente, o que, aliás, ela achava - deveria ser o mais relevante, mas... Enfim... Ela precisava mesmo do emprego e não ia discutir o sexo dos anjos a essa altura do campeonato. Apanhou a bolsa, previamente comprada para a ocasião e seguiu rumo a sua nova empreitada de vida.
Quando chegou ao escritório, foi muito bem recebida por Felipe, seu colega de trabalho mais próximo. Ela não podia deixar de observar aquele homem. Moreno, alto, fala grave e decidida, inteligente, forte. Ela podia ver que ele tinha peito másculo através da camisa de cor clara escondida atrás do blazer de cor escura.
Esse conjunto de predicados a perturbou um pouco, pois ela teria que trabalhar o dia todo com aquele homem bem pertinho dela.
O primeiro dia saiu bem ao esperado. Muitas novidades e bem pouca assimilação...Mas certamente ela aprenderia tudo rápido, pois era inteligente e precisava do emprego.
De fato, as semanas que se seguiram foram de muito trabalho, mas as névoas do primeiro dia foram se dissipando e Ana estava se saindo muito bem e Felipe não poupava elogios, mesmo que de forma sutil.
Felipe era muito sério em seu trabalho, quase não conversava com ela, e quando fazia, era sempre para dar alguma orientação, ou para passar algum serviço.
Por vezes, Ana se pegava observando Felipe, ele não era exatamente um homem lindo, daqueles que quando chegam todas as mulheres param para olhar, mas, quando ele falava, articulava os pensamentos e argumentava as idéias com destreza tal que Ana podia facilmente ficar ouvindo-o, embasbacada, por horas. Ele se vestia sempre de forma séria, madura, usava um perfume que inebriava o juízo. Não era exatamente o perfume que inebriava o juízo de Ana, na verdade era a junção do perfume com o suor másculo de Felipe que deixava Ana hipnotizada.
No princípio Ana tinha medo que Felipe percebesse suas olhadelas, mas com o tempo não se importava mais.
Alguns meses depois ela já dominava totalmente o trabalho e uma idéia fixa lhe consumia o corpo todo: ela queria aquele homem para ela.
Acordava cedo, tomava um banho demorado, usava um creme muito perfumado no corpo todo, massageando suavemente pontos estratégicos e erógenos de seu corpo. Vestia roupas ainda sóbrias, porém, sexys. As blusas levemente transparentes traziam decotes sutis e suas saias, fendas que deixavam a mostra suas pernas torneadas e parte de suas coxas, o salto alto, terminava de compor seu traje diário.
Sabia que também causava um certo frisson em Felipe, pois sempre percebia que ele olhava para seu decote.
A mesa de Felipe ficava defronte a de Ana. Às vezes ela sentava-se de lado, cruzava as pernas, deixando toda a coxa a mostra, outras vezes se abaixava para que ele pudesse ver com profundidade seu decote. Divertia-se vendo o embaraço e o desejo estampado em seu semblante.
Naquele dia, o Sr. Nilton pediu aos dois que terminassem aquele trabalho, pois o prazo de entrega seria dali a dois dias, devido a isso, seria necessário, que ambos fizessem hora extra.
As 18:00 hs todos foram embora; Ana e Felipe, ficaram sozinhos no escritório.
Em meio aqueles números e papéis, Ana, confusa, pediu a Felipe que a auxiliasse naquele determinado ponto. Ele, prontamente atendeu ao pedido dela. Foi até sua mesa debruçou-se levemente para observar os números que ela mostrava. Aquele cheiro de homem viril entrou nas narinas de Ana, deixando-a arrepiada. Na posição em que ele estava, seu pescoço ficava na altura da boca de Ana e ela sentiu uma vontade louca de beijá-lo. Ele falava sobre o trabalho, mas ela nem ouvia. Quando ele terminou, voltou para sua mesa, Ana de frente a ele, perguntou novamente sobre o trabalho, ele fitou-a e ela cruzou as pernas e descruzou demoradamente, sua lingerie branca, transparente e minúscula, ficou a mostra por um tempo, umedeceu os lábios vermelhos com a língua, também de forma demorada e lasciva, enquanto fitava o canto da boca dele. Ana sabia que uma das zonas erógenas do corpo do homem era o cantinho da boca e era ali mesmo que ela tinha vontade de lamber.
Felipe não ficou imune a essa provocação, respirou fundo, soltou os botões de cima da camisa e remexeu-se na cadeira, procurando desesperadamente apaziguar, em parte, seu desejo.
Ana decidiu copiá-lo, soltou dois dos botões da blusinha azul, remexeu-se na cadeira permitindo que um de seus mamilos fosse parcialmente descoberto, sorriu maliciosamente, separando delicadamente as pernas, deixando a calcinha inteiramente a mostra.
Em meio aquela situação, Felipe não conseguiria proferir seus discursos sofisticados, tudo que pensasse falar, certamente sairia desconexo, preferiu não dizer mesmo nada. Apenas olhava para Ana, sem piscar, não queria perder nada do que aquela mulher fazia, sua boca estava seca. Seu membro enrijecido, deflagrando sua calça, não deixava que ele disfarçasse, e ele também não queria mesmo disfarçar. Desabotoou mais três botões e deixou seu peito nu, também soltou o botão de sua calça, liberando sua virilidade que podia ser inteiramente percebida sob a boxer justíssima.
Ana mordeu os lábios, sorrindo tímida e ao mesmo tempo jocosamente, seus olhos percorreram todas as partes do corpo dele, demorando o tempo suficiente, nas regiões onde ela via pela primeira vez. Ela apertava e esfregava suas coxas, uma contra a outra e respirava com dificuldade, suas mãos passaram a percorrer seu próprio corpo, uma das mãos entrava por dento de sua blusa enquanto a outra entrava por baixo de sua saia.
Felipe pensou que fosse morrer de desejo. Não suportando mais aquela tensão, liberou de vez sua potência ensandecida, deixando Ana alucinada.
Ela levantou-se, foi até o aparelho de som que existia ali na sala, colocou uma música suave, de frente para ele, tirou lentamente sua saia, rebolando os quadris, depois desabotoou o restante dos botões de sua blusinha, atirando-a longe, virou-se de costas, abriu o soutien e tirou-o; sempre lentamente, virou-se para ele que ficou estupefato e ainda mais excitado quando se deparou com aqueles seios fartos e os biquinhos enrijecidos.
Dançou por um tempinho, enfiou os dedos polegares nos fiozinho laterais que prendiam sua calcinha branca e rebolando de um lado para outro, retirou-a, libertando seu sexo. Apanhou a lingerie e jogou para ele que, agarrou com as duas mãos e instintivamente cheirou.
Mas esse ato durou segundos, então ele fez menção de levantar, mas ela levantou a perna e o deteve colocando delicadamente seu pé direito, calçados com aquele salto fino e alto, na altura de seu ventre. Ele obedeceu e sentou-se novamente sem piscar os olhos.
Ana ainda dançou por uns dois minutos em frente a ele, até que ela ajoelhou-se e começou a beijar seu corpo todo, dos pés a boca, depois inverteu o caminho, fazendo movimentos com sua língua no corpo dele.
Até aquele momento ela ditava as regras, e ele estava adorando, mas num ímpeto de volúpia crescente, Felipe agarrou Ana, deitou-a na mesa e passou ele a dominar a situação. Prendeu os braços dela e passou a experimentar instintivamente cada pedacinho daquele corpo com sua boca, fazendo com que Ana urrasse de desejo.
Quando seus corpos não podiam mais suportar tamanha estimulação juntaram-se, a vontade de entrar um dentro do outro não podia esperar mais. E Felipe possuiu Ana freneticamente. Ela gritava, gemia, mordia os lábios, sentia-se fêmea, insana, beijava a boca de Felipe com veemência e doçura e proferia palavras libidinosas em seu ouvido, enquanto ele a penetrava deixando vir à tona toda a sua volúpia.
Naquele momento foram os amantes mais completos do mundo. Seus corpos se encaixaram perfeitamente e o êxtase foi atingido quase que ao mesmo tempo pelos dois.
Depois de um tempo, deitados um nos braços do outro e no chão, terminaram o trabalho e foram para casa, pois no outro dia precisavam trabalhar bem cedo.
Pela manhã os colegas teceram comentários sobre os sorrisos escancarados em seus rostos, mas nem um dos dois disse nada.
Com o passar do tempo, momentos tórridos de pura concupiscência como esse, sempre aconteciam, às vezes no elevador, outras no banheiro do prédio, até no estacionamento da empresa. Cada vez Ana tinha uma novidade para Felipe e ele enlouquecia com aquela mulher.
Dois anos depois Felipe pediu Ana em casamento, ele precisava ter aquele furação eternamente, mas ela não aceitou, pois estava se mudando para outro estado, fora convidada para chefiar a sucursal da empresa que se instalara lá.
Felipe pediu transferência para o Estado em que Ana estava, pediu novamente Ana em casamento e esta não teve alternativa.
O que nunca existiu naquele casamento foi monotonia.

Todos os momentos do casal foram sempre recheados de amor, malícia, paixão e muita sedução, por isso, viveram felizes por muitos anos.
Neusa Monfardini